Manter a individualidade em um relacionamento é, sem dúvida, um grande desafio. Na fase inicial, de intensa paixão, é particularmente deliciosa a sensação de completude e unicidade. Adicione-se a isso o fato de que a fusão é incentivada e considerada sinônimo de verdadeiro amor. Inclusive está lá, nos versículos lidos na consumação de qualquer casamento cristão: "assim, eles já não são dois, mas sim
uma só carne[...]".
O risco está em se diluir tanto ao ponto de se perder no outro, e quando esse outro faz algo que nós não reconhecemos, ou - pior - se a relação chega ao fim, nossa própria identidade pode ficar profundamente abalada. Em consultório, casos mais graves já chegaram em forma de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, ideação suicida.
Então, por mais trabalhoso que possa parecer quando a relação estiver no auge da comodidade, faça o esforço e alimente seus outros papéis na vida: de profissional, amiga(o), filha(o), irmã(o), mãe ou pai. Pratique alguma atividade física, continue cuidando de sua aparência,
tenha hobbies, seja capaz de sair e se divertir sem a sua parceria.
Você conhece casais assim? Ou já agiu dessa forma, em alguma relação?
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